Notícias e Mídia
-
O petismo é uma doença
29/09/2015O deputado Onyx Lorenzoni foi o entrevistado da semana na edição do dia 29/09 do Jornal da Agência Liderança - Bancada dos Democratas na Câmara Federal.
Ônix é pedra. Onyx é luta. Onyx Lorenzoni (RS) é firme como rocha quando a luta é contra a corrupção. Se o interesse do país está em jogo, trava uma luta árdua. Um problema de saúde o afastou da Câmara, mas não o impediu de olhar para os problemas do Brasil e para os escândalos protagonizados pelas estrelas do PT. Agora, quando estão previstas acareações entre envolvidos no Petrolão na CPI da Petrobras, a força e a coragem do deputado voltam à tona. Força, coragem e luta no “Entrevista da Semana”.
Agência Liderança (AL) – O senhor voltou à Câmara dos Deputados quando uma figura central do esquema do Petrolão veio à Casa. O depoimento da ex-gerente da área de abastecimento da Petrobras, Venina Velosa, trouxe contribuições para a CPI da Petrobras?
Onyx Lorenzoni – O depoimento de Venina Velosa foi bastante revelador. Confirma que o corpo técnico da Petrobras, de maneira repetida, vinha avisando a diretoria sobre irregularidades na empresa. A ex-gerente denunciou o esquema de corrupção no setor de comunicação, com a apresentação de notas falsas, que não batiam, e, por isso, quis demitir o funcionário responsável, mas foi defenestrada porque estava seguindo as normas éticas da própria companhia.
AL – O Petrolão trouxe à tona um modus operandi típico do PT...
Onyx Lorenzoni – O petismo é uma doença que se instalou na máquina pública brasileira. O caso da Rnest (Refinaria do Nordeste Abreu e Lima) é simbólico. A própria Graça Foster, ex-presidente da estatal, foi categórica ao dizer que a Rnest era uma lição que deveria ser aprendida, nunca mais esquecida ou repetida. A construção da refinaria não estava prevista no plano de abastecimento. Mas foi imposta a ferro e fogo pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A obra começou com um custo inicial de US$ 2,5 bilhões e o valor foi crescendo ao longo do tempo, em função de aditivos de contrato. Hoje, estima-se que o custo final ultrapasse a casa dos US$ 20 bilhões. E isso por conta da ganância da cúpula do governo petista, que instalou uma quadrilha na Petrobras. Hoje a população tem uma visão muito mais clara desse modus operandi do PT. Espero que o PT e seu jeito de fazer política sejam varridos nas próximas eleições.
AL – O senhor tem muita experiência em CPIs. Que avaliação faz da CPI da Petrobras?
Onyx Lorenzoni – Essa CPI tem um caráter mais didático e pedagógico. Ela traduz para a sociedade o “juridiquês”, simplifica a informação e faz uma transferência desses conteúdos para que as pessoas possam se apropriar. É uma maneira de mostrar ao cidadão comum que a lei é para todo mundo. Não interessa se o cara é um ministro, milionário, ex-presidente. Por isso quero trazer Lula à CPI. Primeiro porque ele tem culpa no cartório. Segundo, pelo caráter simbólico de mostrar que ninguém está acima da lei.
AL – A CPI caminha para seu desfecho. O que esperar?
Onyx Lorenzoni – Eu defendo que a CPI da Petrobras continue enquanto durar a Operação Lava Jato, que tem aberto novas e importantes fases da investigação. Há novos delatores, como Fernando Moura, que conhece muito da estruturação do que considero “mensalão perene”. Afinal, o petrolão nada mais é do que uma continuação do mensalão. Por isso tenho tentado convencer meus pares na CPI da necessidade de prorrogação dos trabalhos. Mas a comissão está dividida. Até porque, há o temor de alguns sobre os desdobramentos da Lava Jato. Mas, assim como na CPI dos Correios, tenho a esperança de que os membros se deem conta de que o que está em jogo não é a disputa entre governo e oposição, mas a biografia de cada um. E o julgamento dessa escolha será da população, que, felizmente, está cada vez mais atenta, participante e crítica.
AL – Como explicar esses e outros escândalos que aconteceram - e continuam acontecendo - na gestão petista?
Onyx Lorenzoni – Isso se dá por dois medos básicos dos petistas. O primeiro era não ter base que sustentasse sua governabilidade. Daí vem o mensalão, que era justamente para comprar apoio parlamentar. O outro, ligado a esse, era a necessidade de recursos financeiros para perpetuar seu poder. E essa é uma realidade triste, uma visão quadrilheira, bandida, típica do petismo. E foi uma escolha que eles fizeram e que levou a essa feudalização, de distribuição de cargos e espaços para roubar. Está no DNA do petismo esse aparelhamento da máquina pública.
AL – Diante desse quadro, a oposição, sobretudo o Democratas, tem se posicionado de maneira firme...
Onyx Lorenzoni – Somos um contraponto a essa política. As atitudes que tomamos ao longo dos últimos anos mostram a coerência do partido, que tem um visão ética do exercício da política. O Democratas não é lugar para corrupto. Mas temos que ir além disso e ser uma coluna de sustentação de uma política de centro-direita. As pessoas buscam linhas ideológicas, um partido que seja eficiente. E podemos fazer o que o ex-primeiro ministro Jose Maria Aznar fez na Espanha: o estado deu um passo atrás para que os espanhóis pudessem dar muitos passos a frente. Para isso precisamos de um governo menor, regulador, e não um “indutor da economia”, que leve a um capitalismo estatizante, que é um modelo falido. Um governo que catapulte o Brasil com políticas modernas, que ofereça um caminho da prosperidade. Porque a missão de um partido político é oferecer prosperidade às pessoas. O resto é politicagem.
Voltar